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Castanheiro  |  reboleiro

Castanea sativa Mill.

Família: Fagaceae  ; Publicação: 1768

Sinónimos: Fagus castanea L.

Distribuição geográfica: Pensa-se que tem origem na região pôntica (Anatólia, Turquia). Atualmente distribui-se pelos Balcãs, Ásia menor, Caucaso, centro e oeste da Europa. Alguns defendem que não seja autóctone em Portugal, possivelmente ter-se-á extinguido durante a primeira metade do Holocénico e sido reintroduzido durante a protohistória (I milénio a.C.). Contudo, estudos recentes levam-nos a considerar o castanheiro também autóctone na Península Ibérica e, portanto, em Portugal. Foram assinaladas ocorrências de pólen fóssil de castanheiro na Serra da Estrela com cerca de 8000 anos, isto é no Paleolítico. No país é mais comum no centro e norte continentais.

Caducidade: caduca

Altura: até 30m

Longevidade: até 1500 anos

Porte: árvore de copa regular, direita, elipsoidal, densa, com muitos ramos e muito frondosa.
Ritidoma: tronco cinzento-claro e brilhante quando jovem, fendilhando-se em placas verticais.
Folhas: simples, alternas em forma de ferro de lança serrado-dentadas ou serradas com 10-25cm x 5-8cm; nervuras regulares e cor verde-intenso.
Estrutura reprodutiva: amentos com flores masculinas e femininas (na base) de 13-30cm; frutos comestíveis (castanhas) de até 4cm de cor castanho-brilhante, pontiagudos no ápice, em grupos de 2-4 no interior de uma cúpula espinhosa (ouriço).
Floração: maio, junho
Maturação dos frutos: outubro, novembro

Habitat e ecologia: soutos e castinçais nas regiões onde também prosperam os carvalhos-negral e alvarinho. Ocorrem normalmente dos 0 aos 1800m. Preferem solos siliciosos, soltos, ricos e profundos, embora também consigam viver em solos secos. Espécie de alguma sombra, sobretudo em jovem. Deseja precipitações médias anuais superiores a 600mm. Temperaturas ideais entre os 0 e 26ºC. Tolera exposição marítima, mas cresce mais lentamente no litoral. As flores são muito atrativas para as abelhas. As castanhas são uma boa fonte de alimento para aves, roedores, esquilos, javalis, veados, etc. As folhas servem de alimento para várias espécies de borboletas diurnas e noturnas.

Usos e costumes: madeira de alta qualidade, apreciada na construção, carpintaria, tanoaria e tiras para cestaria; as castanhas, ricas em hidratos de carbono e com diversas cultivares, são utilizadas para alimentação humana, do gado e na pastelaria. As folhas e casca têm taninos que são úteis no tratamento de hemorragias e diarreia. Uma infusão das folhas é usada para tratamento de febre e tosse convulsiva. Lenha dá um excelente combustível. As árvores crescem novamente após o corte, proporcionando mais madeira de 10 em 10 anos.

Valores nutricionais da castanha (por 100 g / %DDR):

Energia: 820 kJ (200 kcal)
Hidratos de carbono: 44 g
- dos quais açucares: 11 g
Lípidos: 1,3 g
Proteínas: 1,6 g
Água: 60,2 g

Vit. A: 1 µg (0%)
Vit. B1: 0,144 mg (13%)  
Vit. B2: 0,016 mg (1%)
Vit. B3: 1,102 mg (7%)
Vit. B6: 0,352 mg (27%)
Vit. B9: 59 µg (15%)
Vit. C: 40,2 mg (48%)

Cálcio: 19 mg (2%)
Ferro: 0,94 mg (7%)
Magnésio: 30 mg (8%)
Fósforo: 38 mg (5%)
Potássio: 484 mg (10%)
Sódio: 2 mg (0%)
Zinco: 0,49 mg (5%)

Modos de propagação: Por semente: semear assim que as sementes estiverem maduras, devendo proteger-se esta de javalis, esquilos, etc. A semente tem uma viabilidade reduzida e não se pode deixá-la secar. Pode-se guardar num local fresco por alguns meses, como num frigorífico, com alguma humidade, mas deve-se vigiar regularmente para ver se há sinais de germinação. As sementes devem germinar no fim do inverno ou início da primavera. Se as castanhas estiverem numa sementeira, podem ficar 1 ou 2 anos, antes de se plantar nos locais definitivos. Também podem ser colocadas em vasos. As plantas devem ser transplantadas para os sítios finais no outono, e deve-se protegê-las do frio no primeiro inverno.

Designação em inglês / espanhol: Sweet Chestnut / Castaño común

Estado de conservação:  NE | DD | LC | NT | VU | EN | CR | EW | EX

* NE (Não avaliada), DD (Informação insuficiente), LC (Não preocupante), NT (Quase ameaçada), VU (Vulnerável), EN (Em perigo), CR (Em perigo crítico), EW (Extinta na natureza), EX (Extinta)

Tendência populacional: decrescente | estável | crescente | desconhecida

Nota: Segundo a Lista Vermelha da IUCN. Estado de conservação a nível global. O seu estado e tendência em Portugal pode diferir.

Rúben Boas

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autor não identificado

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Andrea Moro

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H. Zell

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zona mais adequada à plantação

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