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Carvalho-português  |  carvalho-cerquinho

Quercus faginea Lam.

Família: Betulaceae  ; Publicação: 1785

Q. lusitanica Lam. subsp faginea (Lam.) A. DC.; Q. lusitanica Lam. var. broteroi Coutinho; Q. hybrida Brot.; Q. broteroi (Coutinho) Rivas-Mart. & C. Sáenz; Q. alpestris Boiss.

Distribuição geográfica: sudeste de França, Península Ibérica, Marrocos e Argélia. Em Portugal a subsp. alpestris ocorre apenas no Barrocal Algarvio. A subsp. faginea ocorre nos sobreirais transmontanos e altibeirenses (e.g. alguns mortórios no Douro) ou, bem mais raramente, na mesma região, como dominante em bosques secundários sobre rochas básicas. Não é certo que forme bosques estremes, pois encontra-se normalmente associada ao sobreiro. A subsp. broteroi ocorre no oeste do país.

Caducidade: marcescente ou caduca

Altura: até 25m

Longevidade: à volta de 300 anos

Porte: árvore de copa ampla
Ritidoma: cinzento, reticulado e fendido.
Folhas: simples, crenado-dentadas ou  crenado-serradas, ligeiramente convolutas (com as margens enrolando ligeramente para dentro); pilosidade na página inferior relativamente esparsa permitindo ver as nervuras terciárias. Verde-escuras na página superior, de 3 a 15cm x 1,5 a 9cm.
Estrutura reprodutiva: flores de lobos obtusos, as masculinas em amentos ciliados. Fruto, uma bolota com 1,5-3,3cm; oblonga, sob uma cúpula de escamas aplicadas (não levantadas) e com pilosidade densa. Curto pecíolo.
Floração: março, abril
Maturação dos frutos: setembro, outubro

Habitat e ecologia: carvalhais estremes, sobreirais e azinhais, normalmente sobre solos ricos em bases, mas pouco exigente nesse aspecto. Habita preferencialmente desde os 0 aos 1200m. Espécie de média luz. Necessita de humidade. Suporta temperaturas mínimas invernais até -12ºC. É uma espécie restauradora de solos, regulando as correntes e infiltrações da precipitação. As florestas de cerquinho constituem um habitat ideal para inúmeras espécies animais, desde aracnídeos e insetos, até anfíbios, aves como o gaio e mamíferos como veados ou o lince-ibérico.

Usos e costumes: madeira, construção e lenha. Outrora utilizado para a construção de caravelas e naus, atualmente é utilizado sobretudo para vigas e pavimentos. Também para a curtimenta de peles. Importante na paisagem rural da Estremadura. Os bosques bem conservados são um habitat protegido. Como árvore individual é muito abundante em todo o centro e sul. Tem um grande valor ornamental.

Modos de propagação: Por semente: Deve apanhar-se as bolotas do chão ou da árvore, desde que não seja necessária muita força para as arrancar. É aconselhável usar as bolotas maiores e mais pesadas (as que flutuarem na água não estão em boas condições). As bolotas perdem rapidamente a sua viabilidade se deixá-las secar. Depois de enterradas deve-se protegê-las de ratos, javalis, etc. Podem ser armazenadas num local fresco e com humidade no interior. Também se pode plantar algumas sementes em vasos fundos. As plantas produzem uma raiz  profunda, logo têm de ser mudadas para as suas posições finais o mais rápido possível. Na verdade as bolotas plantadas in situ produzirão as melhores árvores.

Informações adicionais: a subespécie faginea distingue-se das restantes por ter folhas de 3-9cm, serrado-dentadas, com pilosidade densa na página inferior; nervuras secundárias de 5-9 pares, curvas e onduladas perto da margem; flores de lobos obtusos. A subsp. broteroi – por alguns considerada uma espécie autónoma sob a designação Quercus hybrida apresenta folhas de 5-15cm, crenado-dentadas, com pilosidade tomentosa bastante densa na página inferior; nervuras secundárias de 5-13 pares, curvas e onduladas perto da margem; flores de lobos agudos. Finalmente, a subsp. alpestris (considerada por alguns autores sinónima da subsp. faginea) distingue-se pelas folhas crenado-dentadas ou crenado-serradas ligeiramente convolutas (com as margens enrolando ligeiramente para dentro), com pilosidade na página inferior relativamente esparsa premitindo ver as nervuras terciárias; flores de lobos obtusos.

Designação em inglês / espanhol: Portuguese oak / Roble carrasqueño

Estado de conservação:  NE | DD | LC | NT | VU | EN | CR | EW | EX

* NE (Não avaliada), DD (Informação insuficiente), LC (Não preocupante), NT (Quase ameaçada), VU (Vulnerável), EN (Em perigo), CR (Em perigo crítico), EW (Extinta na natureza), EX (Extinta)

Tendência populacional: decrescente | estável | crescente | desconhecida

Nota: Segundo a Lista Vermelha da IUCN. Estado de conservação a nível global. O seu estado e tendência em Portugal pode diferir.

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Rúben Boas

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zona mais adequada à plantação

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