Carvalho-alvarinho | carvalho-roble
Quercus robur L.
Família: Fagaceae ; Publicação: 1753
Sinónimos: Q. pedunculata Ehrh. Ex Hoffm.
Distribuição geográfica: centro, oeste e norte da Europa. Em Portugal ocorre no noroeste.
Caducidade: caduca ou marcescente
Altura: até 45m
Longevidade: excecionalmente pode atingir os 1500 anos
Porte: árvore de copa ampla e regular, majestosa.
Ritidoma: cinzento-acastanhado, fendido em placas.
Folhas: verdes, mais escuras na face superior, verde-claras em novas, simples, alternas, com 5-19cm, com forma oval e 4-8 pares de lobos arredondados; ambas as faces da folha sem pêlos; pecíolo muito curto (máximo 0,5cm) e aurículas (orelhas) envolvendo o raminho.
Estrutura reprodutiva: flores de lobos lineares e ciliados; bolotas com um pedúnculo comprido (5-11cm); cúpula de forma subaplanada e de escamas aplicadas.
Floração: abril, maio
Maturação dos frutos: setembro, outubro
Habitat e ecologia: matas de clima temperado, isto é, sem seca estival prolongada. É frequentemente a árvore dominante. Ocorre preferencialmente dos 0 aos 1500m, mas pode chegar aos 2500m. Prefere solos siliciosos e húmidos, embora resista à seca assim que está estabelecida. Espécie de luz principalmente em idade jovem. Necessita de uma precipitação média anual superior a 600mm e no período estival de mais de 200mm. Precisa também de humidade ambiental. Temperaturas desejáveis no inverno entre -15 e 10ºC e no verão entre 10 e 25ºC. Tem uma grande resistência ao frio e às geadas tardias. É um indicador da humidade do solo. Tolera ventos fortes, mas não gosta de exposição marítima. É uma fonte de alimento muito importante para as larvas de muitas espécies de borboletas, havendo mais de 250 insectos associados à arvore. As árvores mais velhas possuem uma casca espessa que as protege de fogos florestais. As árvores jovens, em caso de fogo ou corte, irão regenerar pela base.
Usos e costumes: madeira de alta qualidade usada em marcenaria. No Minho, algumas árvores eram podadas em “talhadia de cabeça” para produzir ramos e folhagem para o gado. As bolotas, cortadas e assadas são usadas como substituto das amêndoas. Uma decocção da casca pode ser usada para tratar problemas como hemorragias e desinterias, assim como para uso externo em feridas e erupções cutâneas.
Modos de propagação: Por semente: Deve apanhar-se as bolotas do chão ou da árvore, desde que não seja necessária muita força para as arrancar. É aconselhável usar as bolotas maiores e mais pesadas (as que flutuarem na água não estão em boas condições). As bolotas perdem rapidamente a sua viabilidade se deixá-las secar. Depois de enterradas deve-se protegê-las de ratos, javalis, etc. Podem ser armazenadas num local fresco e com humidade no interior. Também se pode plantar algumas sementes em vasos fundos. As plantas produzem uma raiz profunda, logo têm de ser mudadas para as suas posições finais o mais rápido possível. Na verdade as bolotas plantadas in situ produzirão as melhores árvores.
Informações adicionais: Alguns autores distinguem duas subespécies: para além da típica (Q. robur subsp. robur), a Q. robur subsp. broteroana O. Schawrz. que tem as folhas ligeiramente coriáceas e corresponderia a uma “raça” geográfica meridional desta espécie e aquela presente em Portugal. A Q. robur pode hibridar com a Q. pyrenaica e produzir híbridos férteis designados por Q. x andegavensis Hy (=Q. x henriquesii Franco & Vasconcellos). Hibrida também com Q. faginea, produzindo Q. x coutinhoi, de folhas com lobos arredondados curtos ligeiramente agudos, verde escuras na página superior, verde-azuladas na página inferior – que têm pêlos esparsos; base com aurículas vestigiais, flores de lobos lineares e ciliados; bolota de 1,5-4cm.
Designação em inglês / espanhol: English oak / Roble
Estado de conservação: NE | DD | LC | NT | VU | EN | CR | EW | EX
* NE (Não avaliada), DD (Informação insuficiente), LC (Não preocupante), NT (Quase ameaçada),VU (Vulnerável), EN (Em perigo), CR (Em perigo crítico), EW (Extinta na natureza), EX (Extinta)
Tendência populacional: decrescente | estável | crescente | desconhecida
Nota: Segundo a Lista Vermelha da IUCN. Estado de conservação a nível global. O seu estado e tendência em Portugal pode diferir.
Rúben Boas
Rúben Boas
Rúben Boas
zona mais adequada à plantação